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Padre de São Tomé condenado por pedofilia diz que vai recorrer

Publicado em 28/11/2013 às 02:11

O ex-padre da cidade de São Tomé, no noroeste do Paraná, José Cipriano da Silva, acusado de ter cometido abusos sexuais contra quatro meninos de 13 e 14 anos está morando na cidade de Colíder, em Mato Grosso, onde recebeu a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Ele foi  multado em R$ 50 mil por danos morais.

O advogado de Silva, Arlindo Vieira dos Santos, diz que vai recorrer, pois o julgamento criminal, que julga se houve ou não o crime de pedofilia, ainda não foi concluído. ” No Tribunal de Justiça do Paraná ele foi condenado a três anos e seis meses em regime aberto, mas recorremos e ele está em liberdade aguardando a decisão de recurso. Por isso, não concordamos com essa multa”, explica.

Em 2002, quatro garotos acusaram o sacerdote de São Tomé pela prática de atos sexuais e obscenos. À época do crime, os menores afirmaram que frequentavam a casa do padre à noite e se deitavam na cama dele para assistir televisão. Nestes períodos, aconteciam os abusos. “Na época o meu cliente disse que mantinha uma relação muito carinhosa com os meninos, não confessou que manteve relações sexuais com eles”, defende Arlindo dos Santos.

A Diocese de Umuarama, na região noroeste do Paraná, também foi condenada na mesma ação a pagar R$ 50 mil por danos morais a uma das vítimas, mas afirma que vai recorrer  por entender que não pode ser responsabilizada por atos cometidos pelo sacerdote enquanto pessoa física.

Para o advogado da Diocese, Hugo Cysneiro, a ministra responsável pelo caso decidiu pela condenação sem analisar todas as circunstâncias envolvidas, indo contra o direito da personalidade e da intimidade. “A Diocese não pode ser responsabilizada por um ato que ocorreu em um período do dia que o padre estava livre de suas atribuições religiosas e também não realizava atividades com a comunidade”, detalha Cysneiros.

Cysneiros defende que a Igreja não pode ser responsabilizada por atos que foram praticados durante os períodos que o ex-padre estava de folga. “A casa onde o padre morava era da Igreja, mas nós não podemos controlar ou sermos responsabilizados pelas atitudes pessoais do sacerdote. Ele é livre para fazer o que quiser nos horários de folga”, diz o advogado da Diocese de Umuarama. Ainda conforme o advogado, a Diocese de Umuarama agiu rapidamente quando afastou o padre envolvido do cargo e após o julgamento o excluiu da Igreja.

O advogado da família de um dos meninos que sofreu os abusos, Geraldo Alberti, diz que a condenação foi justa e que em breve a decisão será estendida para os outros três garotos.  “A Diocese vai recorrer, mas a decisão do STJ foi enfática e será muito difícil convencer os ministros do Supremo Tribunal Federal a inocentá-los, uma vez que nas outras instâncias houve o mesmo entendimento”, afirma Alberti.

Ele acrescenta que o episódio marcou a vida dos jovens que ainda não conseguiram se recuperar do trauma. “O padre foi condenado à prisão, mas as famílias dos quatro garotos ainda sofrem com essa situação. Os meninos não têm muitas perspectivas e sobrevivem com o salário de cortadores de cana-de-açúcar, por isso essa decisão é mais uma vitória”, detalha o advogado Geraldo Alberti.

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