Um grupo de aproximadamente 380 produtores de mandioca de Umuarama e de outras 38 cidades da região, protestaram nesta segunda-feira (09), contra a falta de políticas públicas que contemplem o desenvolvimento da agricultura.
Com a ajuda de tratores e caminhões utilizados para a produção em suas respectivas propriedades, os agricultores interditaram a PR-323, das 08h às 12h, liberando o trânsito durante o protesto apenas a cada 10 minutos. A paralisação se concentrou no trevo próximo ao Parque de Exposições Dario Pimenta Nóbrega, e por isso, além de parar os dois sentidos da rodovia, também foi fechado o acesso sentido a Maria Helena.
PEDIDOS
Porta voz dos manifestantes, o produtor de mandioca de Maria Helena, Francisco Abrunhoza, explicou os motivos do bloqueio da PR-323. “Hoje os agricultores estão recebendo R$ 0,32 pela grama de mandioca, esse valor é de 2012, e com isso nós não conseguimos cobrir o preço de produção”, reclamou. Os produtores esperam que o Governo Federal faça o reajuste do valor da grama para R$ 0,45 e ainda diminua o preço do diesel. “Nós não temos culpa da má gestão da Petrobras, nós não temos culpa dos desvios, então nós queremos uma redução do óleo diesel”, falou o líder da manifestação.
DESVALORIZAÇÃO
Francisco explicou que em 2012 e 2013, o nordeste brasileiro – o maior produtor de mandioca do País – teve uma queda de produção em virtude da estiagem, precisando comprar a fécula de mandioca e seus derivados de empresas da região sul. Com isso, o valor do produto animou o produtor paranaense, que cultivou mais áreas e investiu em equipamentos. Contudo, no último ano a produção de mandioca no nordeste foi estabelecida, fazendo com que os preços despencassem no Paraná. “O Governo deveria ter um estoque regulador para evitar este tipo de problema durante a estiagem e, ainda, em 2003 foi votado um projeto em Brasília para que fosse adicionado 20% de fécula de mandioca na farinha de trigo, mas o então presidente Lula vetou”, lamentou o agricultor.
EMPLACAMENTO
Por fim, os agricultores ainda reivindicam a nulidade de resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que exige o emplacamento de maquinários agrícolas e, assim, o pagamento do IPVA. “Porque temos que pagar IPVA, as estradas do campo não são pavimentadas, isso é apenas uma forma encontrada para que paguemos mais impostos”, reclamou Francisco. Agora, os produtores aguardam o dia 15 de fevereiro, para se unirem a outros agricultores da região de Paranavaí, onde acontecerá um novo bloqueio, desta vez da rodovia PR-376. “A gente conta com o apoio da população para protestar junto, porque da forma que está vai faltar comida na mesa do trabalhador”, conclui o agricultor.
