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Produtores de mandioca da região definem pauta de reivindicações

Publicado em 23/01/2015 às 02:46

Cerca de 250 produtores de mandioca de 38 municípios, preocupados com o baixo preço do produto, reuniram-se em Cidade Gaúcha nesta quarta-feira para discutirem quais medidas podem ser tomadas, visando conseguir de imediato, a negociação de um preço mínimo com as indústrias, que pelo menos cubra os custos de produção. A mobilização é fruto de uma primeira reunião realizada em Icaraíma, no dia 7 passado, organizada pelo Sindicato Rural daquele município. Ao final foi definida uma pauta de reivindicações para ser encaminhada às autoridades do setor. 

Para dar um panorama do mercado nacional e internacional da mandioca raiz e da fécula, o economista da ESALQ/USP e pesquisador do CEPEA, Fábio Isaías Felipe, proferiu a palestra “Cenários e Tendências da Mandiocultura”.

Estiveram presentes o empresário e produtor Ivo Perin Júnior, membro da ABAM – Associação Brasileira dos Produtores de Amido da Mandioca e Roland Schurt, presidente do SIMP – Sindicato da Indústrias de Mandioca do Estado do Paraná, representantes de entidades financeiras, chefes dos Núcleos Regionais da SEAB de Umuarama e Cianorte – engenheiros José Antonio de Andrade Duarte e Francisco Cascardo, Gerente Regional da Emater/Umuarama engenheiro José Jaime de Lima, representantes do deputado federal, Osmar Serraglio e deputado estadual Fernando Scanavaca – sargento Batista, representante do deputado federal Zeca Dirceu, Suzi Cardoso,  dentre outras autoridades.

O presidente do Sindicato Rural de Cidade Gaúcha, Dourvan Westphal, entidade organizadora do evento, ressaltou a importância da mobilização e a necessidade de buscar o apoio das forças políticas da região.

O produtor Antonio Carlos Sabec de Icaraíma, afirmou que nos preços praticados hoje, o produtor está trabalhando no vermelho, com prejuízo de cerca de R$ 3.000,00 por alqueire. Disse ainda que “é urgente à necessidade da formação de uma associação de produtores de mandioca para defender a nossa classe, e quanto ao preço, se não conseguirmos melhoras, não vamos ter outro jeito a não ser parar de entregar o produto”. Os produtores presentes apoiaram a idéia.

Gilvan Westphal, produtor e presidente da comissão da mandiocultura do Sindicato Rural de Cidade Gaúcha, alertou que a grande maioria dos produtores não conseguirão honrar com os compromissos junto às instituições financeiras e cooperativas, havendo a necessidade urgente de se tentar prorrogar as dívidas.
O membro da ABAM, Ivo Perin, demonstrou apoio ao movimento dos produtores, a necessidade da formação da associação, porém destacou que os produtores não podem se organizar apenas nos momentos ruins, tem que se articular permanentemente, pois além do preço, existem outras ações que podem ser desencadeadas que podem favorecer a atividade. Quanto a paralisação vê com certo receio pois, para uma ação dessa magnitude deveriam ser envolvidos os produtores do Mato Grosso do Sul e São Paulo, porque devido a proximidade e os preços praticados lá estarem menor que aqui, poderia haver o abastecimento das indústrias do Paraná com produtos destes estados.

PAUTA APROVADA

Ao final da mobilização, foi montada uma pauta mínima de reivindicações, sendo algumas delas:

• Melhoria no preço mínimo de garantia do Governo Federal, que hoje é cerca de R$ 0,32 por grama de fécula;

• Acordo com as indústrias para negociarem um preço mínimo que cubra os custos de produção, que hoje é de R$ 0,40 por grama de fécula;

• Prorrogação das dívidas junto às instituições financeiras e cooperativas;

• Formação da associação de produtores de mandioca (existe uma formada e inativa na região de Paranavaí, talvez retomá-la);

• Redução da carga tributária sobre a indústria almejando a exportação, entre outras.

Como fruto da mobilização, os representantes da ABAM e do SIMP se comprometeram a marcar uma reunião para a próxima semana, com data ainda a ser definida, para receberem uma comissão dos produtores visando abrir uma negociação quanto à melhoria do preço pago pela indústria.

Todos os itens da pauta de reivindicações agora serão encaminhados às autoridades ou instituições competentes.

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