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Sem-terra fecham rodovia PR-489 em Alto Paraíso e pedem mais segurança no trecho

Publicado em 12/02/2014 às 23:27

Trabalhadores rurais acampados às margens da rodovia estadual PR-489, entre Alto Paraíso e Porto Figueira, protestaram, na manhã de ontem (12) por mais segurança no trecho. A atividade aconteceu depois que um idoso foi atropelado dentro de um barraco e o motorista fugiu do local. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) acompanhou os trabalhos, que foram pacíficos.

Era por volta das sete da manhã quando as mais de 30 famílias que vivem acampadas às margens da rodovia, aguardando os desdobramentos da possível ação de reforma agrária na região, fecharam a rodovia com móveis e pedaços de madeira. Houve uma pequena fila nos dois sentidos da pista e eles seguravam cartazes cobrando as autoridades – inclusive a presidenta – para que haja mais segurança no trecho.

No último domingo (09) o idoso José Manso da Silva estava sentado em frente a um dos barracos quando um veículo Astra que seguia em alta velocidade, conforme testemunhas, perdeu o controle numa curva e invadiu o espaço. A vítima ficou gravemente ferida e foi socorrida pela ambulância de Alto Paraíso, posteriormente, encaminhada à Umuarama, onde permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O motorista do carro fugiu e não socorreu o idoso.

De acordo com a PRE ele se apresentou espontaneamente no dia seguinte no posto de Pérola e disse que saiu do local porque sentiu medo dos populares e que havia perdido o controle do carro porque o pneu estourou. A PRE, entretanto, não soube informar como o condutor conseguiu chegar até o posto – que fica há quilômetros do local da ocorrência – com um dos pneus avariados.

Este, de acordo com os acampados, é o quarto acidente que ocorre no trecho – o primeiro com vítima. Além das 30 famílias do assentamento Santa Filomena, também haviam manifestantes do acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) Francisco Nascimento. A via ficou interrompida por aproximadamente três horas, mas não houve incidentes.

De acordo com Celso Cláudio de Souza, o Tota, líder do movimento a ideia é chamar atenção das autoridades para o problema. “Queremos um quebra-molas ou mais sinalização para evitar acidentes. Todo mundo aqui é trabalhador e estamos aqui há oito anos, merecemos respeito”, conta. Para Elza Maria da Silva, outra liderança dos acampados, o local é perigoso. “A gente tem criança aqui, tem que ter mais segurança”.

Reforma Agrária

O grupo – que pertence à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) – está acampado há treze anos em rodovias da região. Na PR-486 faz oito anos. O movimento social reivindica a reforma agrária em terras improdutivas da região e, conforme as lideranças, existe um trâmite no Incra para que haja a desapropriação de terras e repasse às famílias.

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