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Sem-terra protestam na ponte perto de Porto Camargo para pedir assentamentos

Publicado em 09/07/2013 às 08:20

Alto Paraíso - Um grupo de trabalhadores rurais ligados ao MST e à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) protestaram ontem o dia todo bloqueando o tráfego de veículos na rodovia BR-487, a Estrada Boiadeira, no trevo perto da ponte sobre o rio Paraná perto de Porto Camargo. Longas filas se formaram nas três pistas que chegam ao trevo, mas a manifestação foi pacífica, segundo a Polícia Rodoviária Federal. 

A manifestação foi promovida por sem-terra que vivem em quatro acampamentos nos municípios de Icaraíma e Alto Paraíso. Segundo Elias de Oliveira, um dos coordenadores do protesto, cerca de 150 trabalhadores participaram do ato e todos estão reivindicando maior agilidade da desapropriação de duas fazendas nos dois municípios (os nomes das propriedades não foram divulgados). Os sem-terra afirmam apenas que a área das propriedades é suficiente para assentar todas as famílias que vivem sob lonas nos dois municípios, a maior parte delas acampadas nas margens das rodovias que ligam o Alto Paraíso ao Porto Figueira e ao Porto Camargo. 

Os processos de desapropriação tramitam na Justiça Federal em Umuarama, mas há informações de que o proprietário conseguiu uma liminar para suspender a tramitação, o que acaba protelando a decisão. Segundo o Incra, há fortes indícios de que as fazendas disputadas pelo sem-terra se enquadram como improdutivas, por isso, devem passar pela desapropriação. 

Reginaldo Urbano, da Cáritas na Diocese de Umuarama, e Neuza Alves, outra coordenadora do grupo, existem sem-terra que vivem há mais de 12 anos em barracos de lonas sem as mínimas condições de higiene e saúde. Quem está na beira da estrada usa água contaminada para beber, fazer comida e tomar banho. Apenas as cestas básicas têm chegado no prazo, mas não é o suficiente para alimentar todas as famílias, por isso, muitos buscam uma renda extra trabalhando nas lavouras da região quando há vagas. 

Protesto 
O protesto começou por volta das 7 horas da manhã e terminou no meio da tarde. A cada duas horas o trânsito era liberado, o que ajudou a acalmar os motoristas que passavam pela região e enfrentavam as filas. 

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