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Após 1 mês de greve, estudantes da rede estadual iniciam ano letivo

Publicado em 12/03/2015 às 07:20

Um mês depois da greve de professores e funcionários da rede estadual de ensino, os alunos finalmente poderão voltar às salas de aula, nesta quinta-feira (12). Ao todo, são 2.500 escolas que iniciarão o ano letivo e terão o calendário escolar reformulado. Os alunos que ficaram sem aula em todo o estado por causa da paralisação totalizam 1.160.147. A greve teve a adesão de todo o efetivo do estado, que soma cerca de 100 mil profissionais, e foi suspensa nesta segunda (9).

Com as mudanças no calendário, em julho, haverá um recesso de apenas uma semana, entre os dias 13 e 17, e o ano letivo vai encerrar apenas no dia 23 de dezembro. O objetivo da reformulação, segundo o governo, é garantir que sejam cumpridos os 200 dias letivos obrigatórios.

O governo informou ainda que esse calendário evitou que os alunos fossem obrigados a ter aulas aos sábados, que serão reservados a atividades de professores, como planejamento pedagógico e formação continuada.

Desde terça (10), os funcionários e professores se empenharam para organizar a estrutura para que os alunos possam retornar às atividades. No mesmo dia, começaram as entregas dos alimentos congelados, em todas as escolas. São produtos como carnes e peixes, entregues diretamente pelos fornecedores.

Ao todo, foram enviadas 2.864 toneladas de alimentos, como arroz, feijão, macarrão, biscoitos, cereal matinal, leite em pó, farinha, fubá, barra de frutas. Os alimentos da agricultura familiar também serão enviados às escolas nas próximas semanas, garante a administração estadual.

Os desdobramentos da greve

A greve teve início no dia 9 de fevereiro e atingiu mais de 950 mil alunos, que deveriam ter iniciado os estudos naquele dia. O movimento se encerrou após uma assembleia, com milhares de educadores no Estádio da Vila Capanema.

Durante os 29 dias de greve, os educadores ficaram acampados em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e fizeram vários protestos. No dia 10 de fevereiro eles chegaram a invadir o Plenário da Casa. Na quarta-feira (4), após assembleia que decidiu pela continuidade da greve, cerca de 20 mil docentes marcharam rumo à Alep.

No mesmo dia, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) determinou a volta imediata dos professores e funcionários das escolas públicas estaduais ao trabalho. O sindicato foi notificado oficialmente sobre a decisão na sexta-feira (6).

Conforme aprovado na assembleia, caso as reivindicações dos professores e demais funcionários da educação estadual não sejam atendidas pelo governo estadual, a greve pode voltar na totalidade.

“Entendemos que é hora de suspender a greve e manter o estado de greve, que já tínhamos desde o ano passado, para fazer com que o governo cumpra os seus compromissos. Em não cumprindo, o estado de greve nos autoriza a chamar uma assembleia e reiniciar uma greve assim que for necessário, caso o governador passe a descumprir o que tratou”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Hermes Leão.

De acordo com Leão, esses dois dias antes do início efetivo das aulas foram necessários para organizar a escola e fazer a limpeza dos ambientes. \"E preparar um planejamento para receber de cabeça erguida nossos estudantes na próxima quinta-feira\", acrescentou o presidente.

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