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Greve continua apesar da proposta de reajuste do Governo Federal

Publicado em 30/06/2015 às 07:35

A greve dos técnico-administrativos educacionais do Instituto Federal do Paraná (IFPR) adentra em sua segunda semana. Em reunião realizada na última quinta-feira (25), com o conjunto de entidades representativas dos servidores, o Governo Federal apresentou uma proposta de recomposição salarial em quatro anos, entretanto, os percentuais apresentados para o período não corresponderam a pauta geral dos servidores públicos federais por justamente não recuperarem as perdas inflacionárias.

Em Umuarama, dos 32 técnico- administrativos educacionais lotados na unidade do IFPR, 27 aderiram à paralisação. Essa foi a informação da representante de base da categoria, a pedagoga Terezinha dos Anjos Abrantes. A educadora também enfatiza que somente este quadro de funcionários está parado, sendo que o corpo docente por enquanto trabalha. Existe o indicativo de greve também por parte dos professores a partir do segundo semestre, quando esses pretendem não voltar para as salas de aula.

PERDAS

Conforme Terezinha, desde 2012, quando até houve um acordo com o Governo Federal, os servidores federais estão sem a recomposição salarial diante das perdas inflacionárias. “Calculamos que as perdas ao longo deste período cheguem aos 27,5%”, disse a pedagoga. Mas, o secretario de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento de Gestão (MPOG) e representante do Governo Federal, Sérgio Mendonca, apresentou durante o encontro com os comandos de greve, os valores de 5,5% para 1° de janeiro de 2016; 5% para 1° de janeiro de 2017; 4,75% para 1° de janeiro de 2018; e 4,5% para 1° de janeiro de 2019. Com essa proposta, Terezinha acredita que será difícil que as partes envolvidas na negociação assumam um acordo durante o próximo encontro, marcado para o dia 7 de julho. “Com a inflação tendendo a 9% ao ano e, entre março e janeiro de 2016 devendo alcançar o patamar de 7,5%, os 5,5% postos na mesa pelo Governo Federal não cobrirão nem a inflação deste ano”, argumentou a representante.

E toda a problemática que envolve a recomposição salarial é reforçada justamente pelo aspecto que os servidores federais não são assistidos por uma data-base de reajuste. “O artigo 151 da OIT [Organização Internacional do Trabalho] prevê esse direito a todas as categorias, o que também nos daria o direito de negociação coletiva”, salientou a pedagoga.

Os técnico-administrativos educacionais esperam um acordo rápido, porque a recomposição salarial deve estar contemplada na lei orçamentária para 2016, que será votada em agosto. Com adesão também de outros estados, os servidores esperam que o Governo Federal conscientize-se da necessidade do reajuste, principalmente evitando-se prejuízos aos alunos. “Os técnico-administrativos educacionais são responsáveis pelo funcionamento de laboratórios, biblioteca e outros serviços essenciais, por isso, mesmo que os professores continuem com as aulas, essas podem ser prejudicadas em breve”, concluiu Terezinha.

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