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Modo tucano: desrespeito, violência e mentiras geram caos na educação do Paraná

Publicado em 30/04/2015 às 08:42

Novamente a Paraná-Previdência. Escrevi, há pouco mais de um mês, sobre a situação lastimável na qual se encontravam as escolas estaduais do Paraná. Escrevi também sobre como os nossos professores e professoras estavam insatisfeitos e preocupados com o desrespeito do governo do Estado, que propôs o confisco de mais de R$ 8 bilhões do fundo previdenciário dos servidores públicos.  

Depois de muita luta dos educadores, deputados estaduais pegando carona de camburão e dias de manifestações em todo Paraná, enfim, o projeto enviado pelo governador Beto Richa à Assembleia Legislativa (AL) teve votação adiada. Agora, no entanto, o chamado “pacotaço”, voltou à pauta da Casa.  Só que desta vez o governador Beto Richa, precavido da insatisfação popular, simplesmente ordenou que a Polícia Militar (PM) fechasse os acessos à AL.

Cães, policiais fortemente armados e até atiradores de elite posicionados para conter os professores, que estavam democraticamente exercendo seu direito de protestar contra o roubo dos seus direitos trabalhistas.  O Paraná protege a Casa do povo, do povo. E pior, os próprios policiais que fazem a segurança também estão com salários e diárias atrasadas, já que o governo do Estado simplesmente não tem dinheiro para pagar e, por isso, está desesperadamente tentando aprovar o pacotaço para roubar R$ 8 bilhões dos paranaenses.  

Aliás, policiais militares de várias cidades do Estado foram deslocados a contragosto para Curitiba. Alguns tiveram de viajar em pé em micro-ônibus por mais de 600 quilômetros. Outros tiveram de pagar hospedagem do próprio bolso e se retirar do hotel na qual estavam instalados porque o governo não depositou o dinheiro das diárias nos cartões corporativos.  Há menos de um mês estive com o governador Beto Richa. Cobrei providências, cobrei mais respeito ao povo do nosso Paraná, cobrei solução para os salários dos nossos servidores. Parece que o senhor governador não compreendeu a gravidade do problema. Nosso Estado sempre foi referência econômica e educacional para o Brasil.  

Aqui temos a universidade federal mais antiga do Brasil. Aqui sete universidades estão entre as 50 melhores instituições do Brasil, conforme o Ministério da Educação (MEC): UEL, Unioeste, Unicentro, UEM e UEPG. Essas conquistas, no entanto, não têm relação com a nossa administração. São méritos dos nossos educadores, que mesmo sem reconhecimento e respeito por parte do governo continuam dedicando suas vidas à educação.  

Agora, as mesmas pessoas que carregam o fardo de educar nossas crianças e jovens, sofrem agressões, se defendem de bombas de gás lacrimogêneo e só podem entrar na Casa do povo, a nossaAL, composta por deputados eleitos por nós, mediante autorização judicial. Richa protege a Assembleia e vai contra o povo.  

Eu estudei em escola pública, em Cruzeiro do Oeste, e sei como meus professores e professoras fizeram a diferença não só na minha vida, como na vida de todos os meus colegas de classe. Agora estão lá, no Centro Cívico em Curitiba, lutando para que direitos conquistados ao longo de anos de trabalho não sejam jogados ao vento.  

Como deputado federal tenho o dever de levar essa situação a público. Como cidadão paranaense repudio a falta de consideração que o governo do Estado tem com os educadores e também com os estudantes. Como brasileiro, espero que essa proposta não seja aprovada e que isso não se repita jamais.

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