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MPT-PR encontra haitianos em alojamentos precários

Publicado em 18/11/2015 às 08:09

Ontem (17) uma força tarefa composta por fiscais do Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) iniciou em Umuarama uma operação para averiguar as condições dos alojamentos dos imigrantes haitianos que exercer funções trabalhistas na empresa frigorífica Averama.

As informações foram repassadas pela assessoria de comunicação do próprio órgão fiscalizador federal. De acordo com a assessora Aline Fernanda Baroni, a denúncia foi realizada pelo Centro de Acolhida a Refugiados da Cáritas Brasileira, que atualmente presta apoio ao grupo étnico na Capital da Amizade Conforme a assessoria de comunicação do MPT-PR, existem atualmente por volta de 170 trabalhadores haitianos trabalhando na empresa e que estariam distribuídos em cerca de 10 alojamentos que começaram a ser vistoriados nesta terça-feira.

Somente um havia sido vistoriado por completo no fim da tarde de ontem. Nele, localizado nas dependências da Estação Rodoviária, os fiscais encontram inúmeras irregularidades. “Encontramos muitas goteiras, havia quartos praticamente com poças de água por todo o seu interior e instalações elétricas expostas, o que pode ocasionar um grave acidente”, comentou Fernanda. 

Também foram encontrados trabalhadores dormindo em colchonetes no chão, entre outras irregularidades, como a falta de limpeza, entre outros critérios de higiene dos locais, o que está sendo averiguados pela Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária, órgãos que acompanham a força tarefa. Participa ainda da operação, a Coordenadoria Nacional de Erradicação e Combate ao Trabalho Escravo (Conaete).

AUDIÊNCIA 
Hoje (18), os responsáveis pela empresa se reúnem com a procuradoria do MPT-PR, na sede do órgão federal em Umuarama, para discutirem algumas questões relacionadas à responsabilidade sobre estes alojamentos. A princípio, e principalmente neste tipo de recrutamento de mão de obra, é a empresa que geralmente fica responsável pelo acolhimento dos trabalhadores. 

Alguns haitianos ouvidos pelos fiscais até relataram que houve essa promessa por parte do frigorífico, porém este fato não foi confirmado, o que, aliás, deverá ser esclarecido na reunião desta tarde. A equipe de reportagem do Jornal Tribuna Hoje entrou em contato com o setor de Recursos Humanos do frigorífico para ouvir a versão da empresa sobre os fatos, mas, a ligação foi transferida inúmeras vezes entre o setor de recrutamento e o departamento jurídico da própria empresa, sem que um responsável fosse ouvido. 

Entre as versões não oficiais recebidas pelo MPT-PR, está a de que o suporte dado pela empresa no que tange o alojamento estaria apoiado em contrato e daria ao trabalhador direito a três meses de acolhida nestes locais com a supervisão e gastos pagos pelo frigorífico.

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