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Corpo de criança que nasceu morta em Umuarama pode ser exumado

Polícia interrogará envolvidos e, se for necessário, poderá pedir a exumação

Publicado em 06/05/2015 às 08:50

Um inquérito policial foi instaurado na Delegacia de Polícia Civil em Umuarama pra apurar as causas que levaram à morte, durante os procedimentos do parte, de uma criança, filha de um casal de garçons. A morte aconteceu no último domingo e, se não forem colhidos subsídios que apontem as causas, o corpo da criança, que já foi sepultado, poderá ser exumado. Isso porque não foi feita a coleta de material, ou seja, o corpo da recém-nascida não foi examinado pelo IML.

O delegado chefe da 7ª Subdivisão Policial (SDP) de Umuarama, Pedro Luiz Fontana Ribeiro relatou ontem à reportagem que o delegado adjunto Antonio Ângelo Colombo foi designado para presidir o inquérito. A família será interrogada e serão solicitadas cópias dos exames pré-natal feitos pela família, bem como os prontuários médicos da Maternidade Regional. O pai da criança, o garçom Bruno Rafael da Silva Nogueira, de 24 anos, disse em entrevistas que sua mulher Francine Carvalho Aleixo dos Santos, de 20 anos, permaneceu internada em trabalho de parto por mais de 24 horas, aguardando o início de contrações, quando o médico teria optado pela operação cesariana.

Segundo ele, foi informado que a criança estava morta há cinco ou seis horas antes do parto. Ainda de acordo com o garçom, a menina nasceu com 3,6 quilos e 51 centímetros. Nogueira revelou também que Francine teria completado 40 semanas de gestação na quinta-feira (23) e o procedimento de prénatal foi feito na Unidade Básica de Saúde do Parque Jabuticabeiras. O casal foi orientado a procurar a Maternidade Regional que é referência em gestação de risco e realiza os partos no município através do Sistema Único de Saúde (SUS). Um eletrocardiograma foi feito por Francine na Maternidade e o resultado teria sido normal.

Na manhã de sábado (1), o casal retornou à Maternidade, pois a bolsa havia rompido. Em novo eletrocardiograma, o coração da criança continuava em frequência normal de batimentos. A gestante foi internada e na manhã de domingo (2), segundo a família, houve a opção pela cesariana. Em nota, a direção do Norospar – onde funciona o Hospital Regional – fez um esclarecimento a respeito de três óbitos. Confira a nota: “Ocorreram óbitos em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal - UTI Neonatal, os quais não têm relação alguma com o óbito fetal da Maternidade, por serem casos acompanhados por equipes e médicos diferentes.

A natureza do tratamento dispensado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal implica um risco inerente ao procedimento por conta de suas peculiaridades próprias:

I – Foi a óbito o recém-nascido internado na UTI NEO desde 10/02/2015, com 29 semanas, pesando 1,300 kg, com prematuridade extrema, enterocolite necrotizante, falência múltipla dos órgãos. Constata-se que houve 79 dias de internamento, sendo o óbito inevitável, de acordo com literatura médica, dadas tais circunstâncias.

II – Foi a óbito, no dia 02/05/ 2015, um recém-nascido com 35 semanas, pesando 1,735 kg, com sofrimento e retardo intra-útero, desconforto respiratório grau IV. Houve internamento, na UTI NEO, por 4 dias e o óbito foi inevitável, de acordo com literatura médica em virtude de tais circunstâncias;

III – Ocorreu o óbito, no dia 02/ 05/2015, de outro recém-nascido, com 35 semanas, pesando 2 kg, por apresentar oligodramnio absoluto, com má formação grave do trato urinário, prematuridade, insuficiência respiratória, síndrome incompatível com a vida.

O internamento durou um dia, na UTI NEO, sendo que o óbito foi inevitável, de acordo com literatura médica”. Foi relatado também em nota que a UTI Neonatal da Norospar possui 10 leitos para atender aos 21 Municípios e Central de Regulação de Leitos do Paraná. A direção também lamentou a morte que aconteceu no dia 03/ 05 e que o caso foi encaminhado para Comissão de Investigação e Verificação de Óbitos da 12ª Regional de Saúde, para análise e conclusão.

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