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Disparo acidental de arma de fogo mata criança de oito anos na região

Publicado em 14/11/2013 às 06:36

A noite de terça-feira vai ficar marcada na memória da população de Japurá perto de Cianorte. Kerolyne Aryane Cerqueira Custódio, de 8 anos, teve a vida ceifada após ser atingida por um tiro no coração. A ocorrência foi registrada por volta das 21h na Rua Molina, bairro Domingos Molim. A autora do disparo foi a prima da vítima, uma adolescente de 13 anos. Ela disse à polícia que o tiro foi acidental e que o namorado dela havia deixado a arma no sofá da sala enquanto ia para casa tomar banho.

De acordo com os registros da Polícia Militar, a adolescente contou que brincava com a arma, um revólver da marca Rossi, calibre 22 de cor inox, cabo de plástico e com capacidade para sete munições, e teria puxado o gatilho três vezes, e nada aconteceu. Ela disse que achou que o revólver estava sem munição, então apontou para Kerolyne e disparou. O tiro acertou em baixo do braço esquerdo, próximo ao coração.

A criança ainda correu em direção ao pai, Eudes Custódio, conhecido como “Buda” e disse que havia levado um tiro. Ela caiu em seguida e foi socorrida e encaminhada ao hospital, mas não resistiu ao ferimento.

Quem é o culpado? 

Após o ocorrido a autora do disparo fugiu para a casa dela, mas em seguida foi detida pela equipe policial. A polícia constatou ainda que a jovem utilizou o celular da irmã para falar com o namorado, dono da arma. Ele foi identificado como A. R. C. S., conhecido como “Kelo”, e ao saber do ocorrido fugiu da cidade. Kelo tem passagens por tráfico de drogas e saiu da cadeia há poucos dias. O delegado da Polícia Civil de Cianorte, Nilson Rodrigues da Silva, declarou a reportagem do Noti-Cia que irá responsabilizar ele pela morte de Kerolyne.

Em depoimento na delegacia, já na companhia da mãe, a autora do disparo contou que o pai da vítima, o Buda, teria autorizado Kelo a guardar a arma na casa dele, e teria dito ainda para deixar em cima do encosto do sofá.

Até ontem a polícia não havia encontrado o dono da arma. A Polícia Civil de Cianorte continua investigando o crime.

Palavra da promotora

A promotora da Infância e da Juventude de Cianorte, Elaine Lopo, afirmou em entrevista ao G1, que vai pedir pelo internamento da adolescente, pois acredita que ela sabia o que estava fazendo. “Um adolescente de 14 anos já tem consciência das suas ações, e no caso dela ela sabia que aquilo era uma arma e que não poderia manuseá-la”, explica a promotora. “De forma preliminar, ela vai responder  por homicídio com dolo eventual, ou seja, ela não queria causar o problema, mas assumiu o risco pelo comportamento adotado”, acrescenta Elaine Lopo.  A adolescente permanecerá apreendida em uma cela especial a disposição da Justiça. “A juíza tem cinco dias para julgar o caso, que é o tempo que a adolescente pode ficar na delegacia. Na audiência, a juíza vai dizer se a adolescente será encaminhada para o internamento ou se será liberada”, completa a promotora. Os pais da menina de oito anos que morreu serão ouvidos pela polícia nos próximos dias, conforme a Polícia Civil.

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