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Requião e Pessuti se lançam como pré-candidatos ao governo

Iniciativa não anima deputados estaduais, para quem o partido está mais perto hoje do apoio à reeleição de Beto Richa

Publicado em 12/03/2013 às 07:20

O senador Roberto Requião anunciou ontem a intenção de buscar a vaga de candidato ao governo do Estado pelo PMDB em 2014. No mesmo dia, seu maior adversário interno no partido, o ex-governador Orlando Pessuti, comunicou a bancada peemedebista na Assembleia Legislativa o desejo de também disputar a indicação de candidato da legenda ao Palácio Iguaçu no ano que vem. A iniciativa dos dois não animou os deputados estaduais da legenda, para quem o PMDB está mais próximo hoje do apoio à reeleição do governador Beto Richa (PSDB) do que de uma candidatura própria. 

“Inicio uma consulta às bases do PMDB, convencionais, se desejam candidatura própria e se apoiam meu nome para o governo do PR. Se o velho PMDB de guerra estiver vivo, não faltarei a minha responsabilidade eleitoral, pelo partido e pelo estado vou à luta”, anunciou Requião, pelo twitter. O problema é que a bancada estadual do PMDB e Pessuti se uniram e no final do ano passado derrotaram Requião na convenção que elegeu o novo diretório regional do partido. O senador, portanto, não teria hoje o comando do partido para impor uma candidatura ao governo. 

Além disso, o PMDB paranaense segue hoje dividido entre os grupos de Requião, Pessuti e a bancada da legenda na Assembleia – que dá sustentação ao governo Richa. Recentemente a bancada aumentou sua participação no governo, com a indicação do deputado estadual Luiz Eduardo Cheida para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Ele se somou ao deputado estadual licenciado Luiz Cláudio Romanelli, que já comandava a Secretaria de Estado do Trabalho, fortalecendo assim a ala que defende o apoio à reeleição do atual governador. 

Dentro desse cenário, o deputado estadual Nereu Moura considera improvável que o PMDB consiga se unir para apresentar um candidato próprio ao governo, como alternativa à polarização entre Richa e a candidata do PT, a ministra chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann. “Achamos que é muito cedo para qualquer definição. Existe uma sinalização do PMDB apoiar a reeleição do Beto Richa. Não é definitivo, mas é uma sinalização. Afinal, com a ida do Cheida e do Romanelli, são dois deputados do PMDB que estão no governo”, reagiu Moura. “Acho difícil a candidatura própria, até pela divisão do partido”, afirmou ele, lembrando que Requião e Pessuti romperam relações, e um não admite apoiar o outro caso a tese da candidatura própria vingue. 

Distância —  Sobre a possibilidade dos peemedebistas abrirem mão da candidatura própria para apoiar Gleisi Hoffmann, o parlamentar também é reticente. “O PT nunca deu bola pra nós. O Beto (Richa) abriu diálogo, quis conversar conosco. Enquanto com o PT, até hoje não conseguimos uma audiência com a ministra”, explicou. 

Alguns setores do PMDB consideram a aliança com o PT mais natural, já que o partido pretende manter o presidente nacional da legenda, Michel Temer, como vice na chapa de reeleição da presidente Dilma no plano nacional. Há quem afirme, inclusive, que por conta dessa articulação nacional, caso não tenha candidato próprio ao governo, o PMDB paranaense só poderia se coligar com o PT de Gleisi, ficando impedido de apoiar a reeleição do governador tucano. Moura contesta, afirmando que em muitos estados o PMDB está mais próximo do PT do que do PSDB, e que as direções regionais do partido terão liberdade para decidir o que é melhor para a legenda em suas regiões. “Vamos ver o que é melhor para o partido, para nós, no Paraná. Se criarem uma regra nacional aí é que acaba o partido de vez”, avalia. 

Chapão — A aliança com o PSDB de Richa, porém, tem pelo menos um empecilho hoje. A bancada do PMDB na Assembleia – com doze deputados – exige coligação também para a chapa proporcional de candidatos a deputado. O que os parlamentares tucanos rejeitam, já que avaliam que em um “chapão” com os peemedebistas, não conseguiriam reeleger parte de sua bancada. “Só haverá coligação na majoritária (para o governo) se tiver na proporcional (para deputados). Se não estamos fora, não tem nem o que discutir. Não tem casamento pela metade. É tudo ou nada”, avisa Moura.

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