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Santa Isabel

Justiça ouve testemunhas de processo que investiga golpes de advogados na região

Onze pessoas foram ouvidas nesta terça-feira, 19, em Santa Isabel do Ivaí. De acordo com o MP, os réus não repassaram o dinheiro de ações para os clientes.

Publicado em 20/06/2018 às 07:44

Audiência foi realizada no Fórum de Santa Isabel do Ivaí, nesta terça-feira (19). (Foto: Katiuscia Reis/RPC)

Onze testemunhas do processo que investiga o golpe aplicado por advogados em moradores da região foram ouvidas na primeira audiência da ação nesta terça-feira (19). Foram ouvidas quatro testemunhas de defesa e sete de acusação, no Fórum de Santa Isabel do Ivaí.

O processo investiga o golpe de R$ 5 milhões aplicado por 11 advogados e um servidor público em 29 pessoas. A primeira audiência do caso começou às 9h e terminou por volta das 13h30, e foi gravada. Os réus não foram ouvidos nesta etapa.

Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), estão previstas a realização de mais audiências em fóruns de outras cidades do Paraná e do Mato Grosso do Sul.

Antes de emitir a sentença, a Justiça de Santa Isabel do Ivaí vai analisar todos os vídeos das audiências e ouvir os réus.

Investigação

Doze pessoas são rés nesta ação penal. Elas respondem por crimes como estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato e lavagem de capitais.

O processo apura um esquema para reaver as diferenças financeiras de reformas econômicas.

De acordo com o MP-PR, o grupo entrava com ações contra bancos, principalmente o Banco do Brasil, na Justiça de Santa Isabel do Ivaí e não repassava os valores conquistados às vítimas.

Os crimes, conforme o promotor, foram praticados de 2011 até fevereiro de 2018, quando a Operação Burla foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O servidor público Carlos Miguel Montagnani, que era chefe do cartório cível, conseguia dar agilidade nos processos, segundo o promotor do MP-PR Wilson Dornelas Rodrigues Filho. Ele está afastado das funções desde julho de 2017 e responde a um processo administrativo.

Três advogados foram presos no dia 8 de fevereiro em Loanda, também no noroeste. Agnaldo Sérgio Ghiraldi, Cassemiro de Meira Garcia e Giuseppe Vasconcelos Paccini seguem detidos desde então.

Segundo o promotor, eles são considerados os "cabeças" do esquema criminoso.

O outro lado

O advogado de Agnaldo Sergio Ghiraldi disse que o processo deveria tramitar na área Cível, que o cliente dele é inocente e vai provar isso judicialmente.

A defesa de Cassemiro de Meira Garcia e Giuseppe Vasconcelos Paccini disse que no momento não tem nada a esclarecer sobre o processo.

A advogada de Carlos Miguel Montagnani, Alessandra Peres dos Santos, afirmou que o cliente se declara inocente e afirma que foi denunciado injustamente.

"Prestaram depoimento testemunhas, supostas vítimas, que afirmaram, expressamente, que não foram enganadas, não foram vítimas de fraude. Elas sabiam o valor da ação, e mesmo assim optou por ceder os créditos. Ou seja, não teve qualquer fraude por parte dos advogados e do cartorário", diz.

A defesa informou, ainda, que Montagnani está sendo alvo de perseguição e que a inocência dele será provada no decorrer do processo.

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