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PROTESTO

Moradores fazem manifestação contra presídio em bairro de Umuarama

A rodovia que liga Umuarama a Serra dos Dourado foi interditada pelos manifestantes na tarde de sábado.

Publicado em 21/10/2018 às 21:23

(Foto: Divulgação)

Moradores dos bairros Primeiro de Maio, Ibirapuera e Parque das Jabuticabeiras promoveram no início da tarde de sábado (20) uma manifestação para demonstrar o descontentamento com a escolha de um terreno local entre os bairros para a construção de uma Casa de Custódia na cidade. A matéria é do Jornal Ilustrado.

O comerciante Ademar Rodrigues Fêlix, morador do Parque das Jabuticabeiras há 28 anos e um dos organizadores da manifestação afirmou e enfatizou que a comunidade é favorável a construção da Casa de Custódia, mas questiona a escolha do local sem qualquer discussão prévia com a comunidade.

DIREITO A SER OUVIDO

“Nós moramos aqui. Temos que ser ouvidos. O Parque das Jabuticabeiras sempre foi um bairro discriminado pela comunidade. Nos últimos quatro anos essa visão tem mudado. Hoje temos moradores que atuam em todas as profissões e a instalação desta Casa de Custódia vai nos prejudicar novamente. Nós é que seremos atingidos diretamente”, explicou.

PEDIDO DE AUDIÊNCIA

Ele salientou que já está conversando com empresários das empresas próximas e também moradores para ser constituída uma comissão para conversar com o prefeito Celso Pozzobom. “Já pedimos uma audiência com o prefeito e nos disseram que a agenda dele está cheia, mas precisamos conversar com ele. Não somos desordeiros e queremos ser ouvidos”, explicou Fêlix.

A manifestação de sábado foi para demonstrar o descontentamento, mas durante a próxima semana os moradores pretendem se organizar para tratar o assunto através de uma comissão. Ainda segundo Fêlix, foi solicitado um levantamento junto a Câmara de Vereadores sobre a existência de outros imóveis de propriedade da Prefeitura de Umuarama que poderiam ser usados para a construção.

PROJETO DE LEI

Para que a obra seja efetivamente construída naquele local depende de aprovação de projeto de lei específico pelos vereadores. O projeto deve ser de autoria do Poder Executivo.

A justificativa para que tudo seja feito a ‘toque de caixa’ é assegurar que o projeto seja licitado ainda este ano com recursos previstos no orçamento do Estado para 2019 e que o início da construção seja no próximo ano.

DESVALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA

Segundo o presidente do bairro Primeiro de Maio, Wilson Martins, outros dois fatores trazem preocupação para os moradores: a desvalorização imobiliária dos imóveis e a possibilidade de insegurança em caso de rebeliões. A população estimada no entorno do terreno é de quase 7 mil pessoas.

O IMÓVEL

O imóvel apontado pela Prefeitura de Umuarama como única opção para a construção da Casa de Custódia está localizado entre os bairros Ibirapuera e Primeiro de Maio e de frente com o Parque das Jabuticabeiras. No local funcionou uma pista de motocross por muito tempo.

O terreno tem área de 20 mil metros quadrados e acesso a rede de esgoto, o que foi um dos fatores decisivos para a escolha do local, segundo o esclarecido durante reunião de apresentação do projeto esta semana no auditório da Prefeitura de Umuarama, pelo secretário Especial de Administração Penitenciária coronel Hélio Manuel de Oliveira.

O PROJETO

O projeto apresentado pelo Governo do Estado contempla 3,5 mil metros de área construída em um terreno de 20 mil metros quadrados, com capacidade para abrigar 500 detentos.

O projeto está orçado em R$ 25 milhões e tem prazo de 15 a 24 meses para ficar pronto, a partir do início da obra.

CADEIA DE UMUARAMA

Atualmente a cadeia local conta com 235 presos, sendo a maioria provisórios, ou seja, sem condenação definitiva, em uma área com capacidade para abrigar 60 pessoas. A construção é antiga e há mais de um ano está com uma das duas galerias interditada após uma rebelião ocorrida em setembro de 2017.

Desde 2015 uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público conseguiu a interdição parcial do prédio, mas por falta de onde abrigar presos, a medida não teve efeitos práticos.

REFORMA CADEIA

Há cerca de duas semanas, começaram obras de reforma da cadeia, parcialmente destruída durante uma rebelião em 2017.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Infraestrutura (SEIL) a reforma está sendo realizada pela empresa Medson Eli da Silva – ME, vencedora da licitação.

Entre as principais melhorias estão: a impermeabilização da laje da parte administrativa; substituição das telhas, de algumas portas de ferro e concretagem do piso. Ainda segundo o informado, as instalações do esgoto serão refeitas, assim como a parte da rede elétrica das celas. O custo será de R$ 123 mil.

A reforma é vista como paliativa por autoridades de segurança local.

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