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Família autoriza doação de múltiplos órgãos de menina de apenas 10 anos

Thais sentiu fortes dores na cabeça, foi internada e entrou em coma

Publicado em 22/09/2015 às 21:43

No último domingo foi realizada uma cirurgia para retirada de múltiplos órgãos de uma menina de apenas 10 anos. Thais Emerim da Silva, de Icaraíma, é a jovem doadora do fígado, pâncreas, córneas, válvulas do coração e rins. Agda de Souza Emerim, mãe de Thais, conta que ela passou na manhã de segunda-feira da semana passada (dia 14) ao ser acordada para ir para a escola. “Ela disse que estava com uma dor muito forte na cabeça, como se seu olho fosse saltar”, explica a mãe.

O socorro foi prestado imediatamente e Thais foi levada para o pronto atendimento de Icaraíma. De lá foi direto para o Hospital São Paulo, em Umuarama, onde já chegou em coma. Ainda na segunda-feira a menina passou pela primeira neurocirurgia e na terça-feira outro procedimento foi realizado. “Ela foi muito guerreira”, diz a mãe.

Foi constatado que Thais sofria de uma má formação cerebral. “Nós não sabíamos dessa má formação e ela nunca teve qualquer tipo de sinal. A Thais nunca teve dificuldade de aprendizado, nunca ficou doente. Segundo os doutores Januário e Danilo [médicos que acompanharam Thais], como ela nasceu com essa má formação, poderia ter passado a vida toda com o problema sem saber, levando uma vida saudável, ou já ter morrido antes”, explicou a mãe. Na tarde da última sexta-feira (18) foi emitido o primeiro laudo de comprovação da morte cerebral de Thais.

No sábado foi feita a confirmação. Após isso, segundo Agda, teve início um processo longo e doloroso. “A doação de órgãos é um processo lento, um caminho doloroso. O protocolo de morte cerebral só foi fechado no sábado, apesar da constatação na sexta. E no domingo é que aconteceu a cirurgia. Durante esses dias, apesar de sabermos que nossa filha já estava morta, tivemos que aguentar toda a angústia para a retirada dos órgãos para só depois podermos velar e enterrar a Thais”, relata a mãe.

RECOMPENSA

No entanto, Agda diz que a recompensa é maior que toda a angústia deste período. “Ficamos sabendo que a criança que recebeu o fígado estava em estágio terminal e agora ele poderá ter uma vida normal. Trazer vida para essas crianças que receberam os órgãos e alegria para as mães delas foi nossa maior motivação. Agora sabemos que a vida delas, que estava se esvaindo aos poucos, voltará ao normal. Agora sabemos que elas poderão sorrir e brincar”, afirma. Todos os órgãos foram encaminhados para Curitiba em um avião do Governo do Estado.

A cirurgia para a retirada demorou cerca de 4 horas e contou com uma equipe composta por 20 profissionais, entre médicos, enfermeiros e assistentes de Umuarama e de Curitiba – uma do Hospital Pequeno Príncipe e outra do Hospital Angelina Caron. A agilidade dos profissionais foi fundamental para que se conseguisse retirar todos os órgãos doados.

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