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Medicamento que supostamente burlaria a lei seca pode ser prejudicial à saúde

Fonte: Tribuna Hoje

Publicado em 19/02/2013 às 22:27

A lei seca está bem mais rigorosa em todo o País. Com o aumento da fiscalização e a aplicação de penalidades mais severas, muitas pessoas têm buscado meios de burlar a lei. Para fugir do bafômetro, motoristas estão fazendo uso do medicamento Metadoxil. O remédio é indicado em casos de etilismo crônico, e tem a função de restaurar o fígado debilitado pelo excesso de bebida.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso e a venda do remédio em 2008. Em pouco tempo, circulavam informações infundadas de que a substância seria capaz de eliminar o álcool do organismo, possibilitando que os etilômetros – ou bafômetros, como são popularmente conhecidos – fossem burlados. Com a grande repercussão e o aumento da procura pelos comprimidos, profissionais farmacêuticos e até mesmo o laboratório que fabrica o Metadoxil passaram a se pronunciar rebatendo a “falsa informação”.

O medicamento é um derivado da vitamina B6, usado para ajudar a reduzir lesões hepáticas, geralmente decorrentes do consumo excessivo de álcool. O uso inadequado da substância pode trazer prejuízos à saúde. Segundo especialistas, o Metadoxil pode causar reações adversas como transtorno gástrico, taquicardia, erupção cutânea, comprometimento do fígado e até convulsões.

“Inclusive pode até atrapalhar o uso de medicamentos crônicos. Quem usa algum anti-hipertensivo, por exemplo, é prejudicado com a aceleração do metabolismo. Então é um risco enorme usar esse medicamento, com outras finalidades que não sejam para o tratamento de doenças relacionadas ao uso de álcool”. É o que afirma o farmacêutico Emerson Lourenço, coordenador do Curso de Farmácia da Universidade Paranaense - Unipar.

Além do risco à saúde, o medicamento não altera a quantidade de álcool eliminado no ar exalado depois da ingestão de bebidas alcoólicas. Ou seja, o uso da substância não livra a pessoa que tiver bebido da detecção dos níveis etílicos por meio do teste com o bafômetro.

Para quem ainda tem alguma dúvida, Lourenço esclarece que “de maneira alguma a substância reduz o teor alcoólico nos teste do bafômetro conforme tem sido divulgado. Ele só protege o fígado em relação à lesão do metabolismo do álcool. A concentração no sangue continua a mesma”.

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