O uso exagerado de eletrônicos pelas crianças já preocupa, mas neste período de férias escolares a necessidade é de atenção redobrada. Com o aumento do tempo livre é comum que os pequenos busquem ainda mais tablets e smartphones, ampliando os riscos que esses aparelhos podem oferecer para a visão.
De acordo com a oftalmologista com especialização em oftalmopediatria e estrabismo Dayane Issaho, a Sociedade de Pediatria e Oftalmologia Americana recomenda tempo máximo de utilização das telinhas dependendo da idade.
“Recomendam que crianças abaixo de dois anos não tenham contato algum com aparelhos eletrônicos. Entre dois e cinco anos, que esse tempo não ultrapasse uma hora por dia. E que acima dos cinco anos não ultrapasse duas horas ao dia”, detalhou.
A médica explica quais problemas podem surgir por causa da utilização excessiva dos equipamentos. “Em crianças geneticamente predispostas isso pode causar um grau de miopia, que é a dificuldade de enxergar de longe, e outros sintomas comuns em adultos, que é o sintoma de olho seco. Mas estamos vivendo uma epidemia de miopia, muito por conta dos eletrônicos”, ressaltou.
A oftalmologista destaca que essa recomendação, de tempos máximos de uso, vale para quaisquer eletrônicos, incluídos aqui os computadores e a televisão, mas reforça que a preocupação com os celulares e tablets é maior por causa da proximidade no uso.
“O celular, o tablet, eles acabam propiciando muito mais a ocorrência de miopia, do que outros aparelhos que ficam mais longe. A gente recomenda que o celular e o tablet fiquem a uma distância de 30 a 40 centímetros do rosto”, disse.
Dayane Issaho pontua quais devem ser os sinais a que os pais, professores e demais pessoas próximas à criança devem ter atenção para identificar um possível caso de miopia.
“O esforçar, aquele apertar os olhos para olhar na distância, o quadro na escola. Sintomas como cansaço visual no fim do dia, piscar excessivo. Em crianças maiores isso é mais fácil de identificar, a maior preocupação é com os menores, que não conseguem explicar, por isso a necessidade do oftalmo pediatra, que é indicado já a partir do primeiro ano de idade”, afirmou.
A oftalmologista reforça ainda a importância desse acompanhamento especializado desde cedo e destaca que exames feitos no próprio consultório podem diagnosticar dificuldades visuais já a partir de um ano de idade.