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Fóssil de 80 milhões de anos encontrado em Cruzeiro do Oeste é apresentado

Material é de uma espécie nova de réptil voador, denominado pterossauro. Achado foi apresentado nesta quinta (14) na Universidade do Contestado.

Publicado em 15/08/2014 às 08:04

Um grupo de pesquisadores do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (Cenpáleo/UnC), em Mafra, no Norte catarinense, apresentou no final da manhã desta quinta-feira (14), um fóssil de 80 milhões de anos. O material é de um réptil voador, denominado pterossauro, e resulta de um estudo que começou há dois anos e meio.

Segundo o professor Luiz Carlos Weinschütz, coordenador do Cenpáleo/UnC e da pesquisa, trata-se de uma nova espécie fóssil de réptil voador, encontrada no município Cruzeiro do Oeste, no noroeste do Paraná. Ele afirmou que o achado foi um dos raros registros mundiais de pterossauros no interior de continentes.

Conforme Weinschütz, \"estes animais habitavam raras regiões úmidas entre dunas, como oásis, onde viviam e morriam no seu entorno. Esporadicamente chuvas tempestuosas assolavam o local e carregavam ossos para o fundo destes lagos de forma caótica, contribuindo para a desarticulação dos esqueletos, o que torna o trabalho de coleta e identificação um imenso quebra-cabeça\".

De acordo com os pesquisadores, a qualidade e quantidade de fósseis encontrados apontam para a existência de uma comunidade de pterossauros, fato que até então não estava claramente denotado em outro sítio fossilífero do planeta. Os estudos foram baseados em ossos pertencentes a cerca de 50 indivíduos, que representam desde animais juvenis até adultos.

O pesquisador Alexander Kellner, do Museu Nacional, afirma que \"o tamanho desta nova espécie de réptil voador variava de 0,65 a 2,35 metros de envergadura alar [das asas], tinham hábitos gregários, eram desprovidos de dentes e possuíam um bico voltado para baixo com cristas, tanto na arcada superior como inferior e, possivelmente, eram frugívoros [se alimentavam de frutos e vegetais]\".

Em julho de 2012, após o planejamento, começaram as escavações. Ao todo, foram coletadas mais de cinco toneladas de blocos de rochas. Para conseguir executar o projeto, a Universidade do Contestado fez convênios com a Prefeitura de Cruzeiro do Oeste e o Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para viabilizar a pesquisa no Cenpáleo/UnC, em Mafra.

Até então, eram conhecidas espécies apenas na Chapada do Araripe, no nordeste brasileiro, descobertas em 1971. Somente em 2011, com os trabalhos de pesquisa para a elaboração de um livro de fósseis da região Sul do país, o material foi redescoberto no Paraná. Os preparativos começaram no mesmo ano, com a descrição do perfil estratigráfico do sítio fossilífero.

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