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Pela primeira vez, mulher assume o comando de um pelotão da Rotam

Mãe da tenente Anahy Nóbrega foi a primeira oficial da polícia militar

Publicado em 06/07/2015 às 21:46

A tenente Anahy Biancolini Nóbrega é a primeira mulher no Paraná a assumir o comando de um pelotão da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), da Polícia Militar. Ela foi conduzida à função durante o evento de sua formatura e também da soldado Jéssika Motta Dias. As duas passaram por estágio de 98 dias e agora integram a Rotam do 20º Batalhão de Polícia Militar, pertencente ao 1º Comando Regional da PM, do qual já faz parte a soldado Marcia Falkievicz, que há 2 anos está na unidade.

“A melhor palavra que eu posso dizer é orgulho, primeiro por já pertencer ao 20º BPM, que sempre que foi a minha escolha, e também por estar à frente de um dos pelotões da Rotam. Tivemos todo o apoio e nos sentimos realmente acolhidas, sem haver em nenhum momento tratamento diferente por sermos mulheres. Somos todos policiais militares e temos nossas dificuldades, independente de ser homem ou mulher”, afirma. Para a soldado Jéssika, que integrará a equipe da tenente Anahy, entrar para a Rotam é uma conquista. “Foi cansativo e muito puxado, mas foram 98 dias que valeram a pena. Tenho cinco anos de polícia e desde que me formei minha vontade era vir para a Rotam.

Para isso, passei antes pela Radio Patrulha (RPA). Foram quatro anos de espera e quase 100 dias de estágio até este dia chegar. Em vários momentos pensei em desistir. No último dia houve medo de não conseguir fazer a prova e ao mesmo tempo uma sensação de euforia para que tudo terminasse logo e eu pudesse conquistar este braçal tão almejado”, ressalta.

OBJETIVOS

De acordo com a tenente Anahy, mais do que uma conquista histórica, chegar a este posto mostra que todos podem atingir seus objetivos. “A pessoa tem que correr atrás, realmente querer. Algumas coisas ficam para trás para que outras melhores venham.

Acredito que a policial feminina tem que lutar para conquistar seu espaço, não apenas dentro da corporação, mas em qualquer outro lugar. Para ter reconhecimento é preciso chegar e mostrar que você é capaz, assim não existirá preconceito”, lembrou. A soldado Jéssika também destacou que o preconceito vem das pessoas de fora, pois dentro da corporação receberam todo o apoio para que concluíssem o curso. “Mesmo com a entrada de muitas mulheres na corporação, o serviço operacional (nas ruas) ainda é difícil. Porém não vejo preconceito dentro da PM. É uma batalha nossa ter que mostrar todos os dias que somos capazes”, acrescenta. Esta não é a primeira vez que uma mulher faz história na família da tenente Anahy. A mãe dela, coronel Miriam Biancolini Nóbrega, foi a primeira oficial da PM.

Ela ingressou na corporação em 1.977 e atualmente está na reserva remunerada. “Se eu cheguei até aqui foi porque em casa eu tive muito exemplo, não por minha mãe ser a primeira oficial, mas por todos os ensinamentos que me deu. O que os meus pais representam e a educação que me deram, independente de serem oficiais da Polícia Militar, foram os motivos pelos quais conquistei mais este objetivo na minha carreira profissional”, finaliza.

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