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Excesso de chuva atrasa colheita de cana e pode prejudicar produtividade do milho

Publicado em 23/06/2013 às 23:41

Geralmente, esta não é uma época caracterizada por muita chuva – fator que torna o período propício para a colheita. Mas, com o grande volume de precipitações, a colheita da cana de açúcar e do milho vem sendo prejudicada. Além disso, produtores correm risco de mais perdas, caso o milho comece a brotar.

Isso ainda não aconteceu, mas se continuar chovendo durante os próximos dias, a safra poderá ser comprometida. “O milho fica ardido, como a gente diz. Então seria bom que não chovesse tanto, porque muita umidade pode trazer grandes perdas”, diz o economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, Ático Luiz Ferreira.

As culturas de outono que já sofreram o impacto da irregularidade de precipitação verificada ao longo do mês de maio poderão ser impactadas novamente, mas desta vez com a chuva em excesso. As simulações numéricas que há vários dias vinham indicando tal possibilidade, em atualizações recentes reforçaram a estimativa de muita chuva nesta semana em toda a região.

Este mês, a quantidade de chuva já passa dos 300 milímetros, enquanto que a média para o mês de junho nos últimos 36 anos é de 106 milímetros. Com a previsão de chuva pelo menos para os próximos três dias, o volume deve ser ainda maior no acumulado deste mês.

CANA

A colheita da cana de açúcar, que já deveria estar bem adiantada, ainda está abaixo do que deveria, caso o tempo estivesse mais estável. “No ano passado já tinha sido colhido 50% da produção nessa época, mas hoje ainda não foi colhido nem metade disso”, informa Ático.

Produtores que preparavam o solo para o plantio da mandioca também tiveram problemas com as chuvas. Agora é época de plantio, e o solo em preparação fica mais suscetível às erosões. A área para plantio da mandioca geralmente é de reforma de pastagens, o que, aliado às características arenosas do solo da região, pode agravar a situação. “As áreas que estavam sendo preparadas, ou onde o plantio estava recente, ficam mais suscetíveis às erosões”, diz Ático.

As lavouras de café também podem ser prejudicadas, caso o tempo não mude nos próximos dias. Mesmo com uma área não tão significativa de cultivo na região, ao contrário do que acontecia até a década de 80/90, quando o café era a principal atividade, alguns municípios ainda têm muitos produtores que se dedicam à cultura, e que podem sofrer perdas em decorrência das chuvas.

Também há indicativo de bastante chuva sobre as áreas agrícolas do oeste, sudoeste e sul do Paraná, oeste de Santa Catarina, grande parte de Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, Triângulo Mineiro e sul de Minas Gerais e região serrana do Rio de Janeiro.

 

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